Segunda, 06 Novembro 2017 00:00

Itaú reduz crédito, aumenta tarifas e tem lucro recorde

O Itaú teve nos nove primeiros meses de 2017, um lucro líquido recorrente de R$ 18,6 bilhões, um aumento de 13,9% em relação ao mesmo período de 2016. O resultado foi recorde, alcançado apesar do maior banco privado do país ter reduzido suas operações de crédito em 4,9% em relação a 2016, segundo avaliação do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), atingindo R$ 575,2 bilhões, não ajudando o país a sair da recessão.
“Como pode acontecer de, mesmo em momentos de crise para todos, os bancos continuarem batendo recorde de lucratividade?”, questionou a presidenta do Sindicato, Adriana Nalesso. Para a dirigente, discutir o papel dos bancos na sociedade é fundamental. “É inadmissível que lucrem tanto e não tenham qualquer responsabilidade social com a manutenção dos empregos e com o crescimento do país”, criticou.
O Itaú só pensou no lucro. Não aumentou o financiamento a pessoas físicas e jurídicas, mas também não melhorou a qualidade dos serviços prestados aos clientes. Pelo contrário, fechou 141 agências físicas de janeiro a setembro. Mesmo assim, fez crescer em 7,1% sua receita com tarifas e serviços cobrados aos clientes, chegando a R$ 26,34 bilhões em nove meses. A queda na qualidade dos serviços, graças às demissões e fechamento de agências, fez com que no ranking de reclamações ao Banco Central ocupasse o quinto lugar levando em consideração os cinco maiores.
Trabalhando de graça
A cada ano o lucro do Itaú só au­menta, batendo seguidos recordes, como o de agora. Entre os artifícios usados, o banco move uma intensa campanha publicitária, in­centivando os clientes a usarem as novas tecnologias, passando a fazer o trabalho dos bancários demitidos, sem receber nenhum centavo em troca. Pelo contrário, espertamente, o Itaú ainda cobra tarifas para ficar com o dinheiro do correntista e emprestá-lo a juros os mais altos do planeta.

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