Como sempre, a velha história do descaso e do desrespeito continua no Itaú. A agência Jacaré foi assaltada nesta quinta-feira (9/11) por volta do meio-dia, mas o banco não mandou para o local um psiquiatra e um advogado, como era necessário. Dois diretores do Sindicato, Edelson Figueiredo e Ronaldo Gonzaga (Ronaldão) estiveram no local e lembraram da obrigatoriedade da emissão da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT), com manda o artigo 169 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Não houve feridos, mas os bandidos, além do numerário, levaram as armas dos vigilantes. Os bancários, no entanto, estavam visivelmente abalados. A emissão da CAT pelo banco é exigida para associar possíveis distúrbios que venham a surgir como consequência deste acidente de trabalho e garantir todos os direitos aos bancários, entre eles, o devido tratamento. Todos devem passar por uma avaliação médica.

Os dirigentes do Sindicato verificaram que o Itaú mandou até a agência somente um psicólogo e funcionários da área de segurança. Mas era necessária também a presença de um advogado, para acompanhar os funcionários à delegacia e fazer o boletim de ocorrência, e a de um psiquiatra, já que o próprio banco só aceita atestados emitidos por médicos, recusando o documento feito por psicólogos, além de ser necessária uma avaliação médica.

CAT para todos

A emissão da CAT tem que ser feita para todos os que foram expostos ao assalto, até 14 horas após o acontecido. Os dirigentes do Sindicato lembraram que mesmo que ninguém tenha sido ferido, podem desenvolver sintomas relacionados às tensões vividas durante o assalto, como estresse pós-traumático, irritabilidade, dificuldade de concentração e medos injustificáveis. Podem surgir também problemas físicos como hipertensão, taquicardia, gastrite, falta de ar, palpitações e sudoreses. Isoladamente ou em conjunto estes sintomas podem interferir na capacidade do bancário, obrigando-o a se afastar para tratamento médico ou psicológico. A CAT servirá para provar a relação entre os fatos.