Quinta, 23 Novembro 2017 00:00

DEFENDA A CAIXA VOCÊ TAMBÉM - Unidade: 32 anos de uma grande conquista

Durante o período da ditadura, desde o golpe que derrubou o governo democrático de João Goulart até o final do governo de João Batista Figueiredo, todos trabalhadores da Caixa Econômica Federal eram considerados “economiários”, ou seja, apesar de cumprirem atividades típicas e inerentes aos bancários, o funcionalismo não detinha os mesmos direitos e conquistas dos demais trabalhadres, tais como o direito de greve, carga horária de seis horas diárias e índices de reajuste salarial conquistado pela categoria.
No ano de 1985, a partir de uma greve nacional de 24 horas, alavancada pelos auxiliares de escritório que reivindicavam o enquadramento à carreira de escriturário, o fim das diferenças salariais e os benefícios recebidos pelos demais segmentos da empresa, foi organizado e construído o movimento de unidade nacional, que obteve a adesão em massa do funcionalismo em todo o país. A mobilização dos trabalhadores obrigou a direção da empresa a atender as reivindicações dos empregados, levando inclusive o governo a reconhecer a condição de bancário, com direito a sindicalização.
“Esse movimento de unidade dos empregados, em 1985, é um marco histórico e deve servir de exemplo para os atuais empregados da Caixa, diante dessa política golpista, que em nada se diferencia da ditadura e do neoliberalismo do passado. Os trabalhadores nunca tiveram concessões patronais, tudo foi conquistado com muita luta e unidade”, afirma Adriana Nalesso, presidenta do Sindicato.
Anos 90: neoliberalismo
No início dos anos 90, o Governo Collor realizou inúmeras demissões na Caixa, sendo que um ano após o seu impeachment, já no governo Itamar Franco, a luta do movimento nacional unificado dos empregados garantiu a reintegração de todos os companheiros demitidos.
Durante o Governo, também neoliberal, de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), a unidade do movimento sindical da Caixa impediu que a empresa fosse privatizada, assim como o Banco do Brasil e a Petrobras.
Novos concursados
A realização de novos concursos para a contratação de mais funcionários tem sido outra luta histórica do movimento sindical. Graças a esta mobilização, inclusive com denúncias dos sindicatos junto ao Ministério Público do Trabalho, a direção da Caixa realizou concurso público. Entretanto, o governo de FHC determinou que as contratações dos concursados se dessem num PCS (Plano de Cargos e Salários) diferenciado dos antigos empregados, criando a carreira de técnico bancário. Lançou ainda o Normativo RH 008, que resultou na demissão de diversos bancários, inclusive os novos concursados.
A participação de todos
Todas essas medidas prejudiciais aos empregados resultantes da RH008, graças a mobilização e a unidade do funcionalismo, foram estancadas nos Governos de Lula e Dilma, quando as negociações relativas às verbas financeiras dos acordos coletivos passaram a ser debatidos em mesa única da categoria com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) e os itens específicos, tratados em uma mesa à parte com a direção da empresa, bem como a contratação de novos funcionários concursados. Graças a esta unidade consolidada pelos sindicatos, os empregados conseguiram a revogação do normativo RH 008, possibilitando um acordo judicial, que permitiu a reintegração dos demitidos, levando também a direção da empresa a criar um novo PCS, enquadrando antigos e novos concursados na carreira de “técnico bancário novo”.
“Temos que fortalecer nossa unidade e defender não somente nossos empregos, mas principalmente a Caixa 100% Pública”, destaca José Ferreira, empregado da Caixa e diretor do Sindicato.
O vice-presidente do sindicato e empregado da Caixa Paulo Matileti destaca ainda que “a história do movimento sindical dos Empregados da Caixa demonstra que somente com unidade e a efetiva participação de toda a categoria nas lutas dos trabalhadores, será possível de barrar política de governos que são nocivas não só aos funcionários, mas a todo o povo brasileiro”, completa.

Mídia