Segunda, 27 Novembro 2017 00:00

Bancos fecham 1.397 postos de trabalho em dez meses, no Rio

No município do Rio de Janeiro, foram fechados 1.397 postos de trabalho no setor bancário, de janeiro a outubro de 2017. No período foram 818 novos funcionários admitidos e 2.215 dispensados. Os planos de demissões voluntárias tiveram forte impacto nos desligamentos e, como sempre, há um grande disparate salarial entre os novos admitidos e os trabalhadores demitidos. Em outubro, o saldo negativo foi de 88 postos fechados. Número inferior a setembro (-186) e agosto (-272), mas superior a julho (-34) e junho (-54). Os dados são de um estudo do Dieese, subseção do Seeb-RJ, baseados nos números do Cadastro Geral de Emprego do Ministério do Trabalho.
Salário inferior
A estratégia dos bancos para explicar a alta rotatividade no setor é a de sempre: demitir funcionários mais antigos, que recebem salários mais altos, para contratar novos empregados, que recebem, em geral o piso da categoria e salários sempre inferiores. Em outubro, a média da remuneração dos trabalhadores contratados foi de R$2.901,19, cerca de 53,3% do que ganhavam os bancários desligados (R$5.447,60). Nos últimos dez meses, a média salarial dos novos funcionários é 56,7% em relação ao que recebiam os trabalhadores demitidos.
Mais uma vez, os bancos “múltiplos com carteira comercial” (Itaú, Bradesco, Santander e Banco do Brasil) foram responsáveis pelo desligamento de 1.794 funcionários, com um saldo negativo no emprego de 1.002 postos de trabalho. A Caixa Econômica Federal foi responsável pelo fechamento de 324 postos no Município do Rio.
“É uma lógica perversa dos bancos que, para reduzir custos com o único objetivo de aumentar ainda mais os lucros, demitem trabalhadores, levando famílias inteiras à miséria. A Reforma Trabalhista, com novas regras de contratação vai agravar ainda mais a situação, por isso, mais do que nunca, será fundamental que a categoria fortaleça o Sindicato e participe das atividades de luta da categoria”, afirma o diretor do Sindicato, Vinícius Assumpção.
Mulheres ganham menos
Entre janeiro e outubro deste ano, as 451 mulheres admitidas pelos bancos receberam, em média, 72,1% da remuneração média dos 367 homens contratados. Entre os demitidos, a diferença persiste. Elas recebiam 84,4% do que ganhavam os bancários do sexo masculino. No total foram 1.202 bancárias desligadas contra 1.013 funcionários homens.
“A luta pela igualdade de oportunidades e contra a discriminação de gênero ou qualquer forma de preconceito é de todos, homens e mulheres, brancos e negros, heteros e homossexuais. Queremos um país justo em que todos tenham direitos e oportunidades iguais”, afirma a presidenta do Sindicato, Adriana Nalesso.

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