Quarta, 29 Novembro 2017 00:00

É necessário combater o racismo presente na sociedade

O racismo por parte dos bancos continua e tem que ser combatido diariamente. A afirmação foi feita pelo diretor da Secretaria de Igualdade Racial da Contraf-CUT, Almir Aguiar, durante palestra na última terça-feira no debate “Por mais negras e negros nos bancos”. O evento foi organizado pelas Secretarias de Políticas Sociais do Sindicato e da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Fetraf-CUT).
O dirigente fez um balanço sobre o “Mapa da Diversidade”, pesquisa feita em 2014 que mostrou serem negros e negras apenas 14,27% da categoria bancária. Segundo Almir, este quadro não mudou, à exceção dos bancos públicos, em função dos concursos. “Existe muito preconceito por parte dos bancos. A cor da pele ainda é uma grande dificuldade na contratação e na ascensão funcional”, afirmou. Acrescentou que as medidas do governo golpista de Michel Temer que restringiu vários programas sociais, como Minha Casa, Minha Vida e Farmácia Popular, atingiram em cheio a população negra, a mais pobre. “Fez recuar o início do processo de reparação instituído pelos governos Dilma e Lula”, avaliou.
Censura histórica
O escritor Éle Semog, do Centro de Articulação das Populações Marginalizadas (Ceap), fez uma análise da importância dos negros na história brasileira e de como, apesar disto, foram sendo excluídos pelos historiadores brancos. Semog frisou ser o racismo um mecanismo ideológico instalado na sociedade usado como forma de negar a importância e a competência da população negra. Este processo começa na escola e se instala em toda a sociedade. “Por isto a importância de iniciativas como esta do Sindicato dos Bancários que colocam este problema social em debate e despertam para a necessidade de mudar esta realidade”, afirmou.
A diretora da central sindical CTB, Carol Bandeira, contou que sofreu preconceito racial, desde criança. “Me sentia mal quando por causa do meu sobrenome diziam que só podia ser a bandeira da África. Passei a ter orgulho disto, mais à frente, quando, através do meu pai, tomei conhecimento da minha ancestralidade”, contou. A diretora da Secretaria de Políticas Sociais do Sindicato, Kátia Branco, defendeu uma campanha permanente de cobrança aos bancos do fim da discriminação na contratação e ascensão. Já a diretora da Secretaria de Políticas Sociais da Fetraf-CUT, Adilma Nunes, lembrou que não podemos ser julgados pela cor da nossa pele. “Esta é uma violência que não podemos aceitar e banalizar, mas combater”, defendeu.

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