Segunda, 04 Dezembro 2017 00:00

Evento “Inspira BB” está bem longe da dura realidade dos funcionários

O Banco do Brasil gastou uma fortuna para fazer uma série de eventos pelo pais. O evento foi chamado de Inspira BB, no qual a empresa tentou mostrar aos funcionários uma realidade bem diferente da vivida pelos trabalhadores no cotidiano do trabalho.
“A realidade está mais para Desespera BB. Pelos relatos de diversos colegas verificamos que a gestão atual do banco não é nada inspiradora”, afirma o diretor da Contraf-CUT, Marcello Azevedo.
Um funcionário, gestor de Agência, que foi descomissionado durante a reestruturação, e que prefere não se identificar para evitar retaliações do banco, relata seu drama: “minha agência dava resultado e batia todas as metas e de repente eu vi na imprensa e não através da direção do banco, que a unidade ia fechar e que eu e meus colegas iam ter que procurar outro lugar para trabalhar. Muitos iguais a mim tiveram que sair do estado e desestruturar sua vida pessoal e aceitar remunerações menores. O meu sentimento é de que o Banco me traiu depois de tantos anos de dedicação”.
Condições pioram
Um gerente de agência também relatou a situação dramática em seu local de trabalho. “Aqui está um inferno pois, ficamos praticamente só com os escriturários para atender a clientela. Embora as contas tenham migrado para os escritórios digitais, os clientes continuam procurando a agência para resolver seus problemas, entregar e assinar documentos. As condições de trabalho estão cada dia piores. Não conseguimos mais nem sair para prospectar novos clientes ou visitar os nossos atuais, estamos todos adoecendo”, desabafa.
Agência digital
Outro bancário, gerente de Relacionamento Digital, também relatou a sua situação. “A gente veio para a digital em carteiras bem diferentes das nossas, ou seja, estamos lidando com pessoas que jamais vimos e ainda temos que atender via chats, e-mails, telefones. As carteiras são maiores, com metas enormes e o assédio é grande. Não é pouco comum a gente ser acionado pelo zap fora do nosso expediente. O BB é digital, mas o assédio é real”, afirma.
Caixa e escriturário
Um caixa executivo também revela que a realidade no banco é muito dura. “A gente a cada dia tem mais notícias de cortes e cobrança de metas das mais variadas. Não me sinto nada seguro na minha Gratificação de Caixa e no meu futuro dentro do Banco, além de insegurança quanto a minha gratificação agora vem a história de metas e assédio por conta de vendas”, denuncia.
Um escriturário confirma que a pressão na empresa aumenta o número de funcionários doentes.
“A minha agência não tem mais gerentes e a gente fica super exposto, pois os clientes querem sempre falar com o gerente e a gente acaba muitas vezes assumindo responsabilidades além das que já possuímos. Muitos colegas meus já estão doentes de tanta cobrança. O banco fala em valorização dos escriturários em diversas reuniões, mas, na prática, é só meta e sobrecarga de trabalho sem aumento da remuneração”, disse.

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