Não temos nenhuma dúvida a quem interessa a Reforma da Previdência. Empresários e banqueiros estão à frente desse batalhão de fuzilamento do trabalhador. O governo Temer quer acabar com o sistema público de aposentadoria e dar de presente esse patrimônio da sociedade brasileira ao sistema financeiro. O trabalhador não pode pagar essa conta. Temos que reagir e lutar contra mais essa medida de retirada de nossos direitos.
A pressão popular, das centrais e sindicatos fez o governo remendar o Projeto e ainda adiar a votação. A falta de apoio no Congresso também sinaliza que estamos no caminho certo para barrar esse absurdo. Nossa união nesse momento é de extrema importância.
A Reforma Trabalhista, já aprovada, também se mostra uma grande barreira para se alcançar a aposentadoria. Com artigos que alteram o mercado de trabalho como trabalho intermitente, ampliação da terceirização e a pejotização, para citar apenas alguns, será quase impossível o trabalhador se manter no mercado de trabalho até a idade exigida pelo projeto.
Sem exagero algum, podemos afirmar que nós trabalhadoras e trabalhadores, vamos ter que trabalhar uma vida inteira e correr o grande risco de não aposentarmos. Como é possível os homens terem que trabalhar até os 65 anos e as mulheres até os 62 para alcançarem a aposentadoria?
A Reforma da Previdência vem carregada de regras que confundem ainda mais o trabalhador. Em que se fundamentou o governo para estabelecer isso? Com certeza, em medidas fiscais e em números que favorecem apenas os empresários e banqueiros, sem levar em conta os impactos sociais que essas mudanças possam gerar. O governo não enxerga o trabalhador como pessoa, e sim como números.

Adriana Nalesso
Presidenta do Sindicato
dos Bancários do Rio