Nesta quinta-feira, dia 7 de dezembro, será realizada a reunião do Conselho de Administração (CA) da Caixa Econômica Federal, em Brasília, com o objetivo de mudar o estatuto da empresa para permitir a abertura de capital, tornando-a uma sociedade anônima. Os sindicatos consideram esta decisão, um largo passo do governo Michel Temer, para a privatização do banco. A proposta do Palácio do Planalto contraria o próprio Estatuto das Estatais e depende de lei específica no Congresso Nacional. Por isso, Temer quer mudar o estatuto.
Até o atual presidente da empresa, Gilberto Occhi, declarou à imprensa, em novembro deste ano, que é contra a transformação do banco em uma empresa S/A. “A abertura de capital não vai acontecer em nenhum governo. A Caixa é o único banco federal 100% público, que cumpre políticas públicas de governo”, afirmou.
Pressão dos empregados
A representante dos empregados no CA, Rita Serrano, que já declarou voto contrário à esta mudança, encaminhou mais um documento para expor as objeções à proposta e oferecer sugestões de melhoria na governança sem que haja a necessidade de mudança estatutária e a abertura de capital.
“Como os trabalhadores só têm direito a um representante no Conselho de Administração, não basta a posição de nossa companheira Rita. Temos que cumprir a nossa parte e organizar uma forte mobilização para pressionar a direção do banco e barrar este processo que tem por objetivo privatizar a Caixa”, afirma o vice-presidente do Sindicato, Paulo Matileti. O sindicalista já está em Curitiba, para uma reunião de representantes de todo o país da Apcef (Associação do Pessoal da Caixa) e da Fenae (Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa). O objetivo do encontro é fortalecer a luta contra as mudanças planejadas pelo governo temer e em defesa da Caixa 100% pública.