Quarta, 06 Dezembro 2017 00:00

Mobilização e estado de alerta na luta contra a Reforma da Previdência

Os protestos e paralisações realizados em todo o país, na última terça-feira (5/11), marcaram o Dia Nacional de Mobilizações Contra a Reforma da Previdência. Mas, a atividade é apenas um dos episódios da resistência do movimento sindical contra o projeto do governo Temer que quer mudar as regras para a aposentadoria, retirando mais direitos conquistados pelos trabalhadores. Caso o governo confirme a data de votação do projeto, as centrais sindicais convocarão uma paralisação nacional.
Bancários na luta
No Rio de Janeiro houve, desde cedo, manifestações de várias categorias, paralisações e interrupções de vias importantes, como a Avenida Brasil, Washington Luiz, na altura da Refinaria Duque de Caxias e na Ponte Rio Niterói. O Sindicato dos Bancários fez panfletagem ao longo da Avenida Rio Branco, denunciando os prejuízos que a reforma traz para os trabalhadores.
Uma passeata unificada da Candelária à Cinelândia, encerrou o dia de lutas, convocado pelas centrais sindicais, sindicatos, entidades do movimento negro e de mulheres, as Frentes Brasil Popular, Brasil Sem Medo e Frente Socialista. O diretor do Sindicato dos Bancários, José Ferreira, disse, do alto do carro de som, que as manifestações desta terça foram um recado ao governo Temer de que os trabalhadores não permitirão a aprovação da reforma.
Trabalhar até a morte
Henrique Dias, do Sindicato dos Químicos de Niterói, classificou as alterações como uma desumanidade. “Com as mudanças o trabalhador só vai poder se aposentar após os 65 anos, homens, e 62 anos, mulheres, mesmo assim, após contribuir por 40 anos. Ou seja, combinado com o trabalho intermitente – por hora, ou por dia – a maioria vai morrer sem receber o benefício”, afirmou.
Júlio Silva, da Frente Brasil Popular, lembrou que atos como o do Rio de Janeiro estavam acontecendo também nos demais estados. “É o povo indo às ruas para dizer a este governo golpista que não aceita mais este ataque aos nossos direitos”, frisou. Joana Pereira, da CUT e do Sindicato dos Servidores da UFRJ (Sintufrj), lembrou que sua categoria, assim como a das demais universidades federais estão em greve. “Para derrotar a reforma previdenciária defendemos a convocação de uma greve geral, sem a qual veremos nossos direitos indo para ralo para beneficiar os fundos de previdência privada e os bancos, o verdadeiro objetivo desta reforma”, advertiu.
O projeto de emenda constitucional da reforma previdenciária tinha votação prevista para esta quarta-feira (6/11), mas o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), na sexta-feira, comunicou que tiraria a matéria de pauta porque não havia os 308 votos necessários. No fim de semana, no entanto, o governo prometeu várias concessões aos deputados e, com isto, na segunda-feira, Maia passou a dizer que já tinha os votos suficientes e que a emenda entraria na pauta na próxima semana.
Para aprovar emendas constitucionais são precisos 308 votos de deputados, em duas sessões, e de 54 senadores, em mais duas sessões.
“A batalha continua e somente a unidade e a mobilização de todos os trabalhadores poderão impedir mais este ataque de Temer contra os nossos direitos”, afirma a presidenta do Sindicato, Adriana Nalesso.

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