Segunda, 11 Dezembro 2017 00:00

A educação como mercadoria

A decisão da Universidade Estácio de Sá de demitir 1.200 professores, sendo 400 no Rio de Janeiro, anunciada na terça-feira, dia 5, continua repercutindo negativamente. Em solidariedade aos colegas dispensados, os profissionais que continuam a trabalhar na instituição ameaçam entrar em greve. Na última segunda-feira, 11, houve protestos em vários campos da mais rica universidade privada do Estado do Rio e a segunda maior do país. Alunos divulgaram nota ameaçando sair da universidade, caso a direção não reveja sua posição.
O Sindicato dos Professores do Município do Rio de Janeiro e Região (Sinpro-Rio), conseguiu, na Justiça, suspender parte das demissões, mas a mantenedora da Estácio promete recorrer. O Sindicato criticou por não ter sido sequer procurado para buscar uma solução negociada.
Até o empresário Chaim Zaher, que até agosto era o maior acionista do grupo, disse que a notícia “afetou a imagem da Reforma Trabalhista” e pode “atrapalhar a aprovação da Reforma da Previdência”.
Ao contrário da mentira propagada pelo governo Temer, as mudanças na legislação trabalhista não geram mais empregos, mas substituem trabalhadores qualificados por mão-de-obra mais barata, criando subempregos. Chaim lembrou que “o mercado financeiro quer resultado no curto prazo, e, muitas vezes, isso fere um ‘pouquinho’ a qualidade”.
Não é por acaso que o Brasil patina na educação. Governos insistem em turbinar as contas das universidades privadas com dinheiro público, enquanto as universidades públicas são sucateadas. É a educação como mercadoria de segunda categoria.

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