Segunda, 18 Dezembro 2017 00:00

MALDADE À ESPANHOLA - Bancários protestam contra demissões e retirada de direitos no Santander

O Sindicato realizou na segunda-feira, 18, uma manifestação contra a política de demissões e retirada de direitos promovida pelo Santander. Os bancários pararam, até o meio-dia, três agências no Centro do Rio: Pio X (Presidente Vargas, 100), na Rio Branco, 70, no antigo Realzão e Guanabara (Miguel Couto com Presidente Vargas) unidade onde trabalhava o bancário Milton Rodrigues da Silva, o Rei Momo 2018, demitido no dia 9 de novembro, que trabalhava na instituição há 19 anos. Ele estava em licença médica quando foi dispensado.
“Como é de praxe no banco, a dispensa do Milton foi arbitrária e injusta. Nem mesmo um dos símbolos da cultura e do carnaval carioca o banco leva em consideração, mandando embora um trabalhador com quase 20 anos de serviços prestados e deixando mais uma família em situação de dificuldade”, comenta a diretora do Sindicato, Maria de Fátima Guimarães.
O protesto foi também contra as decisões do banco de retirar direitos dos trabalhadores de forma unilateral, se valendo das novas regras criadas pela Reforma Trabalhista.
“O Santander se aproveita da confusão que ainda gera a nova lei, que permite negociação individual em alguns casos, para impor a retirada de direitos. Um desrespeito com os funcionários. Fez as mudanças sem negociar, todas prejudicais aos empregados e continua demitindo”, afirma a presidenta do Sindicato, Adriana Nalesso. Em um ano, o banco demitiu mais de 1.400 trabalhadores em todo o Brasil.
As imposições do banco
O Santander passou por cima da cláusula regulamentada pelo acordo coletivo sobre banco de horas, impondo regras de forma individual, obrigando os bancários a concordar com a mudança imposta, através de assinatura eletrônica no Portal RH. O fracionamento das férias em até três períodos é outra alteração na empresa, conforme estabelecem as novas regras criadas e aprovadas pelo governo Temer. Até a data de pagamento do salário dos funcionários, a empresa espanhola alterou: passou do dia 20 para o dia 30.
COE protesta
A Comissão de Organização dos Empregados (COE) e representantes de todas as federações do país solicitaram uma reunião com o banco para tratar das mudanças prejudiciais aos bancários. O encontro ocorreu na quarta-feira (13). Os trabalhadores protestaram ainda contra as demissões.
Para indignação dos sindicalistas, o banco apenas confirmou as medidas e disse que não haveria negociação sobre elas. Informou a alteração do dia de pagamento dos salários, do dia 20 para o dia 30, os meses de pagamento do 13º salário, antes fevereiro e novembro e agora, maio e dezembro, entre outras medidas.
“Os representantes vieram de longe para negociar e o banco mantém a intransigência de sempre. É um desrespeito completo com os trabalhadores de uma empresa que vem da Espanha para ganhar dinheiro aqui e explorar os bancários brasileiros”, critica Marco Vicente. Em protesto, os trabalhadores deixaram a mesa de negociação.

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