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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Os países em que os sindicatos são mais fortes, com grande participação dos trabalhadores na luta coletiva, são os que possuem menos desigualdades política e econômica. A afirmação é do polonês Adam Przeworjk, um dos mais renomados cientistas políticos contemporâneos. Graduado em filosofia, estudou ciências políticas nos EUA e viveu no Chile, no período em começava a “primavera socialista” de Salvador Allende.
“Em uma sociedade de mercado, na qual existe desigualdade social e econômica, sempre haverá também algum nível de desigualdade política. Talvez os países onde há menos desigualdade sejam aqueles que têm sindicatos fortes, onde a classe operária está organizada em um sindicato que tem recursos, que tem seus jornais e suas instituições. Falo, sobretudo, dos países escandinavos, onde os sindicatos têm muito peso frente às empresas. Em outros países há um grau de desigualdade política e econômica maior”, explica.
O exemplo da Dinamarca
Um exemplo é a Dinamarca, que ostenta a menor desigualdade social no mundo. Isto tem a ver com o estado de bem-estar social. Assim como seus vizinhos Suécia, Noruega e Finlândia, o país adota desde os anos 1930 um sistema de seguridade social segundo o qual todos os cidadãos têm direitos iguais a serviços públicos como saúde, educação e previdência.
O seguro-desemprego dinamarquês é de US$2 mil mensais por até dois anos. Quase metade da população tem uma renda média anual de US$36.700 a US$73.300. Estudantes acima de 18 anos que vivem sozinhos podem receber uma mesada de US$ 1.028. Os que vivem com os pais, têm direito à metade desse valor. O salário mínimo está em torno de R$10.816.
Lição para os brasileiros
De fato, a análise do acadêmico europeu serve de alerta ao trabalhador brasileiro, em uma época que o governo Temer e os empresários e banqueiros, amparados pela grande mídia, fazem de tudo para enfraquecer os sindicatos e as organizações representativas de luta coletiva para privilegiar a negociação individual. “Os patrões sabem que, como afirma o cientista político, sindicato forte e sociedade organizada são sinônimos de melhor qualidade de vida para o trabalhador e menos miséria e desigualdade”, explica a presidenta do Sindicato, Adriana Nalesso.