Terça, 31 Janeiro 2023 09:39

Morre antropóloga Adriana Dias, ativista dos direitos humanos e contra o nazismo

 

Antropóloga compôs equipe de transição dos Direitos Humanos do novo governo e era uma das mais reconhecidas pesquisadoras da extrema-direita no país

 Publicado: 30 Janeiro, 2023 - 11h22 | Última modificação: 30 Janeiro, 2023 - 11h24

Escrito por: Redação RBA

 REPRODUÇÃO/TWITTER
notice

Morreu, neste domingo (29), a antropóloga, cientista social e militante dos direitos das pessoas com deficiência Adriana Dias. Ela integrou o grupo de transição de direitos humanos do novo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Adriana lutava contra um câncer.

Suas pesquisas tendo o neonazismo como tema deram contribuições valiosas sobre a organização da extrema-direita no Brasil, identificando mais de 300 células neonazistas espalhadas pelo Brasil. Em 2021, a antropóloga descobriu uma carta do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) publicada em sites neonazistas no ano de 2004. A descoberta foi publicada no site The Intercept Brasil.

Em entrevista para a Deutsche Welle em 2019, Adriana Dias alertava para o problema da radicalização política conservadora no país. “A sociedade brasileira está nazificando-se. As pessoas que tinham a ideia de supremacia guardada em si viram o recrudescimento da direita e agora estão podendo falar do assunto com certa tranquilidade.”

Após a notícia do falecimento da ativista, o ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, publicou nota de pesar. Leia a íntegra:

Com pesar, recebemos neste domingo (29) a notícia do falecimento da nossa companheira Adriana Dias. Colaboradora do grupo de transição do governo Lula, Adriana foi figura importante na composição da nova gestão.

Cientista, pesquisadora e doutora em Antropologia Social pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Adriana foi uma mulher com deficiência de referência para nós e nos estudos sobre neonazismo. Aguerrida ativista pelos direitos humanos, colaborou na efetiva denúncia de ações nazistas no Brasil. Feminista por ideologia, Adriana integrou a Frente Nacional de Mulheres com Deficiência. Foi também coordenadora da Associação Vida e Justiça de Apoio às Vítimas da Covid-19.

Expressamos aqui nossa homenagem em agradecimento a essa grande mulher, e enviamos nossos sentimentos à família.

SILVIO ALMEIDA – MINISTRO DE ESTADO DOS DIREITOS HUMANOS E DA CIDADANIA

Mídia