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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Bancários de todo o país vão parar na próxima segunda-feira, 19 de fevereiro, Dia Nacional de Paralisações e Manifestações Contra a Reforma da Previdência que o governo Temer quer aprovar no Congresso Nacional. Será um grande protesto com greves de várias categorias e manifestações de rua convocado pelas centrais sindicais. No Rio de Janeiro, além das paralisações haverá uma passeata unificada da Candelária à Cinelândia. A concentração será a partir das 16 horas.
Os bancários do Rio também vão parar. A decisão foi aprovada por unanimidade em assembleia nesta quinta-feira (15/2). Além disto, o Sindicato deverá colocar comunicados nas rádios contra a reforma e distribuirá material impresso explicando a verdade sobre as mudanças, nas ruas próximas e agências bancárias. Diante da possibilidade da bancada governista da Câmara dos Deputados adiar a votação da emenda que muda as regras da Previdência para terça ou quarta-feira, foi aprovado o estado de greve, ou seja, a categoria voltará a paralisar suas atividades na data em que for marcada a votação, caso não ocorra na segunda-feira. Segundo informações, o governo não teria ainda votos suficientes para aprovar a reforma e, diante disto, adiaria, podendo, até mesmo colocar a proposta para votar somente no dia 28 próximo.
Logo no início da assembleia foi feito um minuto de silêncio para marcar o falecimento do diretor do Sindicato, Celso de Azevedo Fumaux. Dirigente da entidade por três gestões, tinha 54 anos. Era bancário do Itaú. Faleceu nesta quinta-feira (15/2), vítima de câncer. Deixou a mulher Andréa e um casal de filhos.
Temer inventa crise na Previdência
A presidenta do Sindicato, Adriana Nalesso, lembrou que o governo Temer tem gasto milhões em publicidade para convencer a população de que a proposta é boa. “Convidamos para participar de debates no Sindicato, especialistas em previdência que foram unânimes em afirmar que não existe déficit e que este é um argumento falso usado pelo governo para aprovar uma reforma desumana que só interessa aos grandes grupos econômicos”, afirmou.
Acrescentou que a Previdência está inserida na Seguridade Social, que é superavitária, da qual são desviados bilhões de reais para outros fins. Disse ainda que se o governo cobrasse as dívidas das grandes empresas, entre elas os bancos, sobraria dinheiro nos cofres da Previdência. Leu estudo do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) comprovando que, mesmo na cidade do Rio de Janeiro, poucos trabalhadores conseguiriam se aposentar pelas novas regras.
“A reforma fixa idade mínima de 65 anos para homens e de 62 para mulheres, com 15 anos de contribuição. Segundo o Dieese, a expectativa de vida em bairros como o do Irajá, por exemplo, é de 62 anos e 8 meses; no de Costa Barros, 64 anos e 7 meses. Ou seja, o trabalhador vai morrer sem se aposentar”, argumentou. Lembrou outra mudança cruel: a aposentadoria só será pelo teto, caso a pessoa contribua por 49 anos. Já as pensões por morte serão pagas pela metade e não mais no mesmo valor da aposentadoria do cônjuge falecido, sendo que a pensionista, se for aposentada, terá que abrir mão de um dos benefícios, não podendo acumulá-los, como é hoje.
“Com as formas de contratação precárias, como o contrato intermitente por hora ou por dia, ou como pessoa jurídica, como consta das novas regras trabalhistas, vai ser quase impossível se aposentar. Mas estas informações Temer e sua base e escondem”, concluiu Adriana.