Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

A Caixa Econômica Federal mostrou, mais uma vez, que além do relevante papel social da estatal, o banco é altamente lucrativo, o que explica a pressão do mercado financeiro pela privatização da empresa, projeto bancado pelo ministro da Economia Paulo Guedes. A Caixa teve um lucro líquido de R$4,6 bilhões no primeiro trimestre de 2021, uma alta de 50,3% em relação ao mesmo período do ano passado. O resultado foi divulgado pela direção da empresa na quarta-feira, dia 12 de maio.

“Este desempenho explica por que o ministro e banqueiro Paulo Guedes, a serviço do cartel dos bancos privados, quer tanto privatizar a Caixa. O problema é que, além de ameaçar milhares de empregos, o setor privado só quer a parte lucrativa da empresa, sem nenhum compromisso social. O que seria do povo brasileiro sem um banco público nesta pandemia para o pagamento do auxílio emergencial, FGTS e seguro-desemprego?”, destaca o vice-presidente do Sindicato dos Bancários do Rio Paulo Matileti.

Financiamento habitacional

Somente com operações de crédito imobiliário, a Caixa teve uma receita de R$9 bilhões, um aumento de10% nos três primeiros meses do ano. O setor imobiliário é responsável por 52,3% de toda a receita provinda do crédito no banco.

“A Caixa fechou de janeiro a março 134,8 mil novos contratos de financiamento bancário, o que confirma a importância da estatal para realizar o sonho da casa própria dos brasileiros. Nenhuma instituição privada consegue chegar nem perto destes números e só a Caixa oferece financiamento habitacional para os mais pobres”, acrescenta o sindicalista.

Empregados desvalorizados

Matileti ressaltou ainda que, com a elevação dos lucros, a direção do banco tem todas as condições de atender às reivindicações dos empregados.

“Os números comprovam que dinheiro não falta para a Caixa cumprir o Acordo Coletivo de Trabalho e pagar uma PLR Social justa, mas a atual direção não dá nenhum valor aos funcionários que produzem os lucros da empresa, ao contrário do discurso do presidente do banco, Pedro Guimarães, que fala em valorização dos trabalhadores, mas na prática, desrespeita e humilha os bancários. Temos que lutar pelos nossos direitos participando de todas as atividades do Sindicato”, completa Matileti.