Sexta, 08 Janeiro 2021 17:57

Direção da CAIXA altamente in em Gestão de Pessoas: incapaz, incompetente e indiferente.

A direção da CAIXA segue sendo eficaz em apenas uma coisa: demonstrar alinhamento ao negacionismo do (des)governo Bolsonaro. São tantas demonstrações dessa subserviência que uma matéria será produzida para abordar apenas essa questão, mas hoje vamos falar um pouco sobre a atuação da CAIXA em relação à Gestão de Pessoas.

A incapacidade da direção da empresa em enxergar as pessoas e suas necessidades é fruto da opção por um modelo que não concebe “pessoas”, mas apenas “recursos humanos” para atingir seus objetivos nem sempre empresariais. Não considerando a complexidade de lidar com pessoas, a direção não se importa nem se envergonha de sua incapacidade de cumprir os prazos por ela mesma assumidos: devolução de tarifas, prorrogação de home office, inclusão dos novos empregados no Saúde CAIXA, conversão de APIP, ... Nem sequer as metas conseguem estipular dentro do prazo, e despejam as consequências da própria incapacidade sobre os já sobrecarregados trabalhadores, imputando metas absurdas ao final do exercício.
Fingem desconhecer (porque o desconhecimento parece “menos pior” que a ação deliberada) que a incompetência em cumprir os prazos estipulados por essa mesma direção aumenta exponencialmente o já elevadíssimo nível de estresse a que submetem os empregados, como se pandemia já não fizesse isso por conta do medo de se contaminarem e de se tornarem vetores de contaminação de suas famílias, além das jornadas extenuantes. Mas pra direção da CAIXA não são pessoas, são recursos humanos. Não nos surpreenderia se subordinassem toda a área de pessoas à área de logística, porque é assim que pensam, é assim que sua miopia lhes permite enxergar.

Sob protesto da CEE CAIXA (Comissão Executiva dos Empregados da CAIXA), a direção da empresa alterou unilateralmente, para pior, os protocolos de prevenção ao COVID em 01/07/2020. E o protocolo que teria objetivo de proteger pessoas passou a ser um limitador para essa proteção, mas não são pessoas... Indiferente aos casos fatais trazidos pela pandemia, a direção da CAIXA segue inflexível em relação à melhoria nos protocolos. Escolhe envidar esforços para produzir relatórios que concluam que não é possível afirmar que o empregado foi contaminado no ambiente de trabalho do que discutir os protocolos, sob o raso argumento de que atendem as determinações do Ministério da Saúde. Subvertem a lógica (também nisso se alinham ao governo), tomando o mínimo exigido pelo Ministério como se fosse o máximo que a empresa pode fazer para proteger as pessoas. Além de toda condição aviltante a que submetem os trabalhadores, demonstram que os subestimam, que acreditam que esses trabalhadores não seriam capazes de perceber que o Ministério da Saúde não proíbe protocolos superiores às suas determinações, e que portanto o protocolo insuficiente adotado hoje pela empresa é responsabilidade exclusiva da atual direção que escolhe, dia após dia, não melhorar as condições de trabalho. Afinal, não são pessoas...

Enquanto Pedro Guimarães grava um vídeo como se fosse dele a conquista da inclusão dos novos empregados obtida após duras negociações madrugada adentro (dessa vez não subestimou a capacidade de compreensão dos empregados e manteve desabilitado o campo para comentários na publicação do vídeo), Paulo Ângelo visita o Rio de Janeiro e se recusa a atender um diretor do Sindicato que tem sua lotação na rede, pra tratar assuntos da rede, sob o argumento de que não cabe a ele a interlocução com as entidades. Sequer se interessou em perguntar do que se tratava e orientou a entrar em contato com Edgard Amaro, Superintendente Nacional de Relações Trabalhistas (de Pessoas, nessa gestão, nem pensar!). Apesar da indicação do Vice-Presidente, o Superintendente se limitou a pedir que uma equipe agendasse uma reunião virtual com o Sindicato, na qual a CAIXA foi indagada acerca das providências adotadas para reduzir os riscos de contágio na Ag. Avenida Chile, onde estava lotado um empregado da CAIXA extremamente querido em toda a região do Centro e que foi vítima fatal do COVID. Como já era de se esperar, a CAIXA se limita a cumprir protocolos e providenciar relatórios que tentem justificar essa limitação. O Comitê de Prevenção foi disponibilizado para analisar os casos excepcionais sob acionamento do gestor da unidade.

A direção da CAIXA mantém os protocolos insuficientes, porque também nisso está alinhada ao governo Bolsonaro: pessoas vão morrer, decisões melhores para mitigar os riscos podem ser tomadas, mas escolhem não se importar. Recurso humano não precisa de atenção, precisa de metas pra bater – ou apanhar. É fundamental que os empregados protejam-se mutuamente, evitando exposição a riscos, porque com a atual direção da CAIXA não podem contar em absolutamente nada além dos protocolos. Pedro Guimarães não permitirá combate sério ao COVID para não perder os tapinhas nas costas do Bolsonaro.

Essa matéria é pra deixar bem claro para a direção da CAIXA que os empregados que se calam o fazem por medo da gestão assediosa a que são submetidos e que já é objeto de ação judicial por parte do movimento associativo, não por concordância implícita. Os empregados não acreditam que a higienização das unidades que apresentam casos de COVID é séria, mas que mais uma vez trata-se apenas de cumprir protocolo insuficiente. E pra deixar claro também que enquanto a direção da empresa mantiver por livre escolha a proteção aos trabalhadores aquém daquilo que possui reais condições de fazer, o movimento sindical seguirá firme denunciando e cobrando através de todos os meios.
Vamos lutando para que a direção da CAIXA aprenda a cuidar das pessoas com o mesmo empenho com que cobra as tão mal planejadas metas. Jamais permitiremos que encarem mortes como baixas em Recursos Humanos!

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