Quarta, 25 Novembro 2020 19:49

Apesar de sucateada pelo governo, Caixa lucra R$ 7,5 bi e atende à população

Olyntho Contente

Imprensa SeebRio

O governo Bolsonaro, através da gestão Pedro Guimarães, vem sucateando a Caixa Econômica Federal, com redução de pessoal e venda de ativos, pouco se importando se, agindo desta forma, prejudica, em plena pandemia, milhões de brasileiros e à própria CEF. Apesar disto, com grande esforço, os empregados fizeram o possível para atender à população e liberar crédito para micro, pequenas e médias empresas, garantindo que o maior banco social do país cumprisse a sua missão e ainda lucrasse R$ 7,5 bilhões nos primeiros nove meses do ano.

O resultado foi 53,6% menor do que no mesmo período do ano passado, devido à queda da atividade econômica causada pela pandemia e ao corte de 50% determinado pelo governo federal na taxa de administração (de 1% para 0,5%) dos recursos do FGTS, impactando negativamente o lucro, gerando uma perda acumulada que chegará até dezembro a mais de R$ 2,7 bilhões. A representante dos empregados no Conselho de Administração da Caixa, Rita Serrano, lembrou que a queda ocorreu, ainda, porque o lucro do ano anterior foi inflado pela venda de ativos, ou seja, a política de privatização fatiada que, a médio prazo, vai reduzir o tamanho e os resultados do banco.

No trimestre, o lucro foi de 1,9 bilhão, com redução de 26,1% em relação ao trimestre imediatamente anterior. Ainda segundo a Caixa, o lucro ajustado no terceiro trimestre de 2020 foi de R$ 2,6 bilhões, crescendo 1,7% em relação ao segundo trimestre de 2020. O Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) frisou que a Caixa não explicou os fatores que causaram a diferença entre o lucro líquido e o ajustado.

Déficit de pessoal prejudica população

No último Programa de Desligamento Voluntário (PDV) houve adesão de 2,3 mil empregados. De acordo com Rita Serrano o déficit de pessoal era de 17 mil. Com o PDV, esse número ultrapassa 19 mil. “Se para a diretoria do banco isso é uma economia, para os trabalhadores é uma perda em saúde, qualidade de vida e em trabalho. Qualidade de vida inclusive para a própria família que está ao redor desse empregado. É também um prejuízo para a população”, alerta Rita.

"O balanço do terceiro trimestre da Caixa revela muito mais do que o lucro acumulado do ano de R$ 7,5 bilhões. O resultado social é extraordinário. A Caixa se superou mais uma vez, e graças ao compromisso e a eficiência dos empregados e contratados que mesmo correndo risco de contágio pela covid-19, com trabalho dobrado e falta de pessoal, estão desde o início da pandemia na linha de frente", afirmou Rita. Foram atendidos mais de 120 milhões de brasileiros, beneficiários dos programas sociais.

O vice-presidente do Sindicato, Paulo Matileti, criticou o desmantelamento da CEF promovido pela atual diretoria, a mando de Bolsonaro e Paulo Guedes. "O que está acontecendo é um ataque gigantesco ao maior banco social do país, em prejuízo da população. Além das privatizações fatiadas, a Caixa encerrou o terceiro trimestre de 2020 com 84.290 empregados, 796 postos de trabalho a menos em doze meses. Mesmo assim, graças ao esforço dos empregados, a Caixa registrou aproximadamente 43.565 milhões de novos clientes", afirmou Matileti. Mas, em contrapartida, o número de afastamentos aumentou, em função do adoecimento, provocado pela sobrecarga de trabalho.

Este esforço fez com que a carteira de crédito ampla da CEF tivesse alta de 10,7% no trimestre, e de 5,1% em doze meses, totalizando R$ 756,5 bilhões. No segmento de pessoas físicas cresceu 5,2%, totalizando R$ 85,7 bilhões; e no segmento de pessoas jurídicas 52,7%, totalizando R$ 61,4 bilhões.

Com saldo de R$ 498,7 bilhões e participação de 65,9% na composição do crédito total, o crédito imobiliário cresceu 3%, no trimestre, e 9,3%, em doze meses. As operações de saneamento e infraestrutura cresceram 1,2% na comparação trimestral, e 6,1%, em doze meses, totalizando R$ 86,7 bilhões. A taxa de inadimplência para atrasos superiores a 90 dias foi de 1,87%, com redução de 0,5 pontos percentuais na comparação com o mesmo período do ano anterior.

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