Terça, 26 Janeiro 2021 00:36

Assembleias devem aprovar paralisação contra desmonte do Banco do Brasil

Protestos no Dia Nacional de Luta agitaram agências e denunciaram governo pelo desmonte do Banco do Brasil Protestos no Dia Nacional de Luta agitaram agências e denunciaram governo pelo desmonte do Banco do Brasil

Os funcionários do Banco do Brasil de todo o país têm um importante compromisso esta semana: participar das assembleias para aprovar a greve nacional de 24 horas contra o plano de desmonte do BB, a ser realizada na próxima sexta-feira, 29 de janeiro. A assembleia do Rio de Janeiro, como a de São Paulo, acontece nesta terça-feira (26/1). A do Rio será a partir das 18h, pelo Zoom. Para participar, basta acessar o link https://pt.surveymonkey.com/r/VD9522S. e se inscrever para a assembleia. Os inscritos receberão o link da reunião por e-mail. Com a greve de 24 horas, os funcionários do BB aumentam a pressão contra o desmonte. Estão em estado de greve e numa mobilização crescente. Promoveram um Dia de Luto, em 15 de janeiro, e um Dia Nacional de Luta com manifestações nos estados no último dia 21. O calendário segue a orientação da Comissão de Empresa dos Funcionários (CEBB) que indicou, também, a aprovação da paralisação de 24 horas. Não está afastada a possibilidade de uma greve por tempo indeterminado, caso o governo e a direção do banco mantenham o desmonte e a recusa em negociar. Já haviam aprovado a greve de 24 horas, entre outros, Brasília, Curitiba, Pernambuco, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e 23 do estado de São Paulo, entre eles, os de Campinas, Ribeirão Preto, Sorocaba, Santos, São José do Rio Preto e São José dos Campos.

A chamada ‘reestruturação’ é extremamente perversa. Prevê mais de 5 mil demissões, corte salarial em todos os níveis, fechamento de 400 agências e transformação de outras 300 em pequenos postos de atendimento, ocasionando perda de funções. Para que se tenha uma ideia do arrocho dos salários, grande parte dos R$ 350 milhões de ‘economia’ que o governo pretende gerar, vem do corte da massa salarial. Na verdade, não haverá economia, mas perda de recursos com a redução do tamanho do banco público.

Bolsonaro beneficia privados

Os únicos beneficiados serão os bancos privados nacionais e estrangeiros concorrentes. Com o desmonte, de imediato, poderão ampliar seus negócios e, a médio prazo, adquirir um BB com a estrutura bem mais enxuta. Sem um de seus mais importantes bancos, o Brasil perde um importante organismo de fomento de sua economia, aumentando a sua dependência dos países centrais, principalmente dos Estados Unidos, objetivo principal do governo federal. O plano de Jair Bolsonaro, André Brandão e Paulo Guedes, foi anunciado dia 11 último. Pretende impor uma drástica redução da estrutura do BB, em plena pandemia do novo coronavírus, quando mais o país precisa do banco público para atender à população e financiar a retomada do crescimento econômico.

Momento é decisivo

“O momento para reverter o desmonte é este. Temos que demonstrar, de maneira firme, a nossa disposição de defender nossos empregos, nossos salários e o próprio banco deste ataque perverso que prepara a privatização”, afirmou Rita Mota, da Comissão de Empresa dos Funcionários (CEBB) e diretora do Sindicato. Acrescentou que o impacto sobre o funcionalismo é muito grande, tanto pela redução dos postos de trabalho em plena crise, quanto pela brutal queda na remuneração dos que ficarem.
“O contexto exige ação para fazer com que a direção do BB abra negociação e recue do corte de pessoal e dos salários”, disse, lembrando que os caixas perderão 1/3 da remuneração, mas não serão os únicos. “O plano atinge a todos”, frisou.
Em outras frentes, os sindicatos e entidades estaduais e nacionais dos bancários vão ampliar os contatos com parlamentares e entidades de diversos segmentos da sociedade, para mostrar o que significa esse ataque ao Banco do Brasil e buscar apoio. O BB é um dos maiores financiadores da agricultura. Em inúmeros municípios é o único banco presente. É um importante instrumento de política financeira e creditícia, fundamental para a retomada do crescimento e geração de emprego e renda.
Será ainda reforçado o contato com outros setores atingidos pelos planos de desmonte e privatização do governo, como servidores públicos, petroleiros, trabalhadores dos Correios, Eletrobras e também de empresas públicas estaduais, como a Cedae. E buscada articulação com as centrais sindicais, como a CUT, CTB, Conlutas e outros movimentos de trabalhadores.

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