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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
O Jornal O Globo, da família Marinho, passados mais de seis décadas parece não ter mudado uma vírgula em sua política editorial na defesa dos interesses dos mercados, grandes empresários e do sistema financeiro e contra os trabalhadores.
No último dia 18 de abril, em plena semana santa, o jornal publicou matéria baseada em opiniões de "especialistas" que o fim da jornada 6 X 1 e a redução para a escala 4 X 3 resultaria num "impacto negativo" no PIB do Brasil de até 16%.
O estudo, claro, vem de um setor do grande empresariado, no caso, a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) que calcula o impacto econômico da medida que reduziria a jornada sem diminuir os salários. O levantamento conclui que a mudança "poderia comprometer de 14,2% a 16% do PIB (Produto Interno Bruto), com aumento no desemprego e queda na massa salarial".
Experiências positivas
Mas, ao contrário da expectativa pessimista divulgada pelo periódico dos Marinhos, nações capitalistas mais desenvolvidas que adotaram a redução da jornada sem diminuição dos salários tiveram impactos positivos não somente na saúde e qualidade de vida dos trabalhadores como também para a economia de seus países.
O melhor exemplo vem da Islândia, que após a adoção de jornada de trabalho de quatro dias semanais viu a sua economia dar um salto, crescendo 5%, a segunda maior taxa na Europa rica.
Mesmo no Brasil, experiências em empresas que toparam experimentar a redução da jornada mostraram, em 19 companhias testadas, que a medida mostrou alta na produtividade, muito em função do bem-estar e da satisfação dos trabalhadores por terem mais tempo para o lazer, convívio com a família, descanso ou dedicação aos cultos religiosos.
Experiências nos Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Alemanha, Suécia, Holanda, África do Sul, Índia, Chile, Itália, Noruega, Bélgica e Suíça também mostram elevação da produtividade, mais saúde e produtividade entre os empregados e geração de mais empregos.
A história se repete
Então, se a redução da jornada sem diminuição dos salários tem-se mostrado tão positiva porque o Globo faz campanha e prognósticos tão pessimistas em relação à proposta da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) que avança no Congresso Nacional, conquista a opinião pública e ganha adesão nas redes sociais?
A resposta vem das velhas práticas e políticas editoriais da grande mídia brasileira, dominada por seis famílias que detêm 70% da imprensa no país.
O Globo é um caso típico da mídia financiada pelo grande capital. Não por acaso, em 1962, ou seja há 63 anos atrás, estampava em sua capa, o seguinte título: "Considerado desastroso para o país um 13⁰ salário", em alusão a lei promulgada pelo então presidente da República, o trabalhista João Goulart.
A criação do 13⁰ provou que a medida não apenas gerou mais renda para o trabalhador como também ajuda até os dias de hoje, a impulsionar o consumo das famílias e as vendas do varejo, contribuindo para a elevação do crescimento econômico do país.
No caso da redução da jornada a história se repete e só revela de que lado o Globo e a grande mídia financiada pelos bancos, agronegócio e indústrias estão: do capital certamente e nunca dos trabalhadores e nem mesmo do desenvolvimento econômico e social do país.
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O povo e a sociedade precisam estar atentos para não cair nessa manipulação e continuar apoiando a proposta da parlamentar psolista, nas redes sociais, nas ruas e enviando mensagens aos deputados federais e senadores.
Afinal, a história ensina uma lição: o que é bom para o trabalhador é bom para o país.